Um corpo em retomada.
Rastreando suas raízes mais profundas.

Um corpo latino-americano, marcado pelos olhares invasivos de homens brancos. Fortalecido por uma energia silenciosa e potente que flui em meu sangue, recobrando uma memória desenhada em minha pele avermelhada e que nas pontas dos dedos investe essa força ancestral para seguir e decolonizar meu corpo.

Nunca consegui falar de mim de verdade, dessa busca solitária, não consegui por em palavras essa chama que me queima nessa caminhada e nem das brisas que fluem me contando por onde ir. Sinceramente não faz muito sentido falar somente sobre mim, meu desejo é algo maior.

Esse desejo de não deixar que esqueçam queima minha pele. Pois então eu serei a mensageira, marcarei o tecido da cidade com as histórias que querem apagar. E no caminho eu vou me descobrindo.

Deixo por fim a frase de Jaider Esbell que me despertou para esse painel:

"Rastrear suas raízes mais profundas é um exercício que se faz quando se decide pela hora de enfrentar de fato as camadas de soterramento que a tentativa de apagamento depositou sobre os corpos coletivos."